Cinema, ir ou não ir, eis a questão

Algumas pessoas dizem: “Hoje o cinema não é mais um lugar de imoralidade. Até as famílias vão lá.” Será que o fato de encontrarmos famílias significa que o lugar tenha melhorado e esteja livre de problemas?
O problema do Cinema não é a influencia do local, mas dos filmes; e o ambiente potencializa este poder através da grande tela, no escuro, com som poderosíssimo, completa proibição de diálogo e exercício de compartilhamento de opiniões, enfraquecendo o livre arbítrio. Alguns dizem que o cinema hoje melhorou e devido ao ambiente frequentado por famílias, deveria ser aprovado. Será que o cinema hoje está melhor do que no passado?
Se o problema fosse somente a “baixaria no escurinho” realmente este assunto não tem peso hoje em dia. Então vamos os pontos relevantes desta questão:

1.      VALORES
Os valores apresentados nos filmes hoje em dia, são bem mais fortes, perniciosos e violentos do que no passado. Isto envolve valores morais, princípios; que é muito pior do que o assunto do ambiente. Valores que os pais não recomendam para seus filhos, como comportamento de rebeldia, sexo, atitudes maliciosas, homossexualismo, espiritismo, violência, ocultismo, palavreado sem pudor, são apenas alguns dos ingredientes comumente vistos nos roteiros. Ao discutir este assunto, precisamos ter certeza de que nossos critérios de escolha não estão fundamentados nos valores da sociedade, ou na maneira como ela encara as coisas, mas nos valores de Deus e do Céu.
Por exemplo, há cerca de 20 anos o homossexualismo não era bem visto pela sociedade ou pelas famílias. Note que a posição da sociedade mudou bastante, e o conceito de certo ou errado mudou também. Mas o cristão deve mudar seu conceito de certo ou errado para acompanhar a sociedade? A Bíblia mudou? Se os critérios de valores de Deus são os mesmos, cuidemos para que as mudanças da sociedade não destruam nossos princípios.
2.      O Cinema pode ser comparado à TV?

O que se vê no cinema é o mesmo que se vê em casa. “É a mesma coisa”, alguns dizem. Será que assistir a um filme em casa e no cinema tem realmente a mesma influência? Usar este argumento faz com que o cinema se torne um lugar melhor, ou nos faz rever os critérios do que assistimos em casa, na TV? Quando o conteúdo é ruim, não deve ser visto nem na TV de casa, no cinema ou lugar algum.
Mas o cinema é ainda bem pior, pois sem dúvida a grande tela, o escuro completo, o som poderosíssimo, e completa proibição de diálogo ou exercício de compartilhamento de opiniões, potencializam muito mais estes problemas e vão enfraquecendo o livre arbítrio. Se a influência de um vídeo ou programa de televisão já pode ser muito prejudicial, imagine a influência destas mesmas imagens em um lugar onde a tela não tem apenas 14, 29 ou 42 polegadas, mas são telas tão grandes que se mede em metros. O tamanho da tela torna a influência do filme muito mais forte. É preciso considerar, a influência de um programa ou filme visto na TV de casa, com gente passando ou conversando, barulhos na rua, lanchinho em uma das mãos e o controle remoto na outra, campainha tocando, e outras tantas situações comuns ao lar, e comparar com a influencia de um filme visto no cinema, em ambiente construído a serviço da tela, com piso inclinado, poltronas especiais, luzes apagadas, silêncio geral, som super forte e outras características de uma sala de cinema. Não há como negar que o cinema torna a influência do filme muito maior.
Além disso, em casa você domina aquilo a que assiste. Você tem um controle remoto e um botão “stop” no vídeo, DVD ou TV. Se você tem critérios saudáveis e o filme não combina com eles, você pode interagir, falar, pular a cena, abaixar o volume e até mesmo desligar. Enquanto no cinema, se paga para entrar, e depois que as portas se fecham, a plateia quer silêncio, não toleram ficarem entrando e saindo, e como resultado, até que se crie coragem de reagir, sair e perder ao ingresso (em caso de conteúdo inadequado) você acaba assistindo ao filme todo, independente da qualidade e dos seus princípios.
A influência da galera convidando para um programinha no cinema, não analisa a consciência das escolhas. E com o passar dos dias, o cinema vai virando simplesmente mais um lugar de entretenimento, como uma pizzaria ou sorveteria. Chega sábado à noite e a turma se pergunta: "O que a gente vai fazer hoje?" No meio de algumas sugestões, alguém já responde: "Vamos pegar um cineminha." Ninguém discute sobre o que vai passar, benefícios e malefícios ao caráter e a fé. Simplesmente se torna mais um lugar de lazer. Sem contar a escassez de títulos disponíveis, e para matar a vontade se escolhe o menos pior, que nem sempre é bom. Em uma locadora escolhemos em meio a milhares de títulos, enquanto em um circuito de cinema, muitas vezes não temos mais do que dez opções.  

3.      Conteúdo

O Dr. W. W. Charters, no livro Our Movie Made Children, apresenta um estudo comprovando que 75% a 80% do que é apresentado nos filmes envolve sexo, ocultismo e violência
O que os filmes promovem: Gente que tem vontade de estar com Deus, de buscá-Lo ou de estar em lugares puros? Definitivamente este quadro não combina com o cinema. Deus não é buscado nem encontrado ali; além disso, o que é apresentado lá, não combina com a pureza ou com os valores de Deus.
“Vede, porém, que esta vossa liberdade não venha, de algum modo, a ser tropeço para os fracos.” Em I Coríntios 10:23 e 32, Paulo ainda destaca que “todas as coisas são lícitas, mas nem todas convém. ... Não vos torneis causa de tropeço... para a igreja de Deus.” E o que mais me impressiona é a declaração do capítulo 8:12, onde ele diz: “E deste modo [referindo-se ao pecado do escândalo], pecando contra os irmãos, golpeando-lhes a consciência fraca, é contra Cristo que pecais.” É importantíssimo ter cuidado!
4.      Adoração

Outro ponto importante é a visão do cinema como um lugar de adoração. Parece meio pesado e até estranho, mas é uma realidade. Se observarmos que cerca de 80% daquilo que é apresentado no cinema se concentra em sexo, violência e ocultismo, a questão que surge é: Quem é o interessado em passar isto os valores ali apresentados, para influenciar as pessoas? Deus ou Satanás? Quem ri e quem chora, ao fim de uma sessão lotada de sala de cinema? Ali são apresentadas mensagens fortes e claras que levam a um estilo de vida. E no cinema estas mensagens são apresentadas com os mais fortes e atrativos recursos de produção. A pergunta maior é: Tudo isto, a serviço de quem?
O cinema pode até ser comparado a uma igreja. Pois a igreja é um lugar público onde a vontade de Deus é ensinada e Ele é adorado. O cinema, por outro lado, é um lugar público, um centro de ensinamento de mensagens, assim como a igreja, mas não está comprometido com Deus, e muitas vezes parece até estar a serviço do inimigo de Deus (cuidado, pois a televisão também pode desempenhar esse papel).
Um centro de aprendizado e adoração, onde é apresentado aquilo em que o autor acredita, ou pelo menos se interessa em difundir. Algumas comparações podem ser feitas entre os dois lugares:
TEMPLO - Bem localizado. Prédio imponente. Ambiente de adoração. Possui uma mensagem clara e aberta. Um púlpito para apresentação da mensagem e o adorador não paga ingresso, e desenvolve valores morais, critérios de escolha, e decisões eternas. Possui um inimigo, definitivamente destruído no final, por um Salvador, a quem os presentes adoram e louvam no culto.
CINEMA - Localizado em área de fácil acesso. Prédio imponente, shopping. Ambiente reverente. Tem um enredo. Possui um palco para apresentação do filme. O frequentador paga o ingresso para receber uma carga de informações e influencias quase sempre de valores duvidosos. Possui um vilão, quase sempre vencido no final, mas deixando um monte de dúvidas e mensagens ao longo do enredo. Possui também um herói, que apanha muito, sempre parece que não é capaz de vencer o mal com o bem, mas no fim, muitas vezes com uma ajudinha barbada do roteirista, o herói vence. Embora muitas vezes ainda reste uma pequena dúvida, se o mal morreu mesmo, ou se está apenas se fazendo de morto, até ressurgir no filme de continuação, ou durante as letrinhas do fim do filme. Promove adoração de um salvador da ficção, que não sai da tela para salvar ninguém, mas muitas vezes destrói vidas e famílias, com os valores cultuados ao longo da exibição.  
Mesmo que, de vez em quando, exista algum filme que pareça bom, o risco é maior do que o benefício, e a consequência pode ser realmente desastrosa. Vale lembrarmos de que estamos no palco do grande conflito entre Cristo e Satanás. Ambos querem conquistar nossa mente e nossa vontade, mas só um terá este direito: Aquele a quem entregarmos nosso tempo e nosso intelecto.
5.      Critérios

Fora detalhes menores, mas também importante, como a energia e recursos financeiros depreendidos. Testemunhos e discipulados praticados. E principalmente fazer parte, financiar e fortalecer, uma indústria que serve na maior parte do tempo aos propósitos de satanás. Ridiculariza a Deus, a Bíblia, a Família, a Pureza, a Igreja e aos bons costumes.
Por isso Paulo deixa uma recomendação preciosa e muito válida quando se fala em cinema e filmes: “Tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há, e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento.” Filip. 4:8. E Davi completou: “Não porei coisa injusta diante dos meus olhos” (Sal. 101:3).

Resumindo, aqui vão cinco razões porque não vou ao cinema:
1.      A Primeira Razão: Testemunho
Se o seu comportamento escandaliza o seu irmão, o princípio é claro ao dizer que é melhor não fazer. A Bíblia fala fortemente sobre esse princípio em I Coríntios 8. Paulo fala que alguns, não tendo conhecimento profundo da verdade, têm uma consciência fraca. No verso 9, Paulo estabelece o princípio quando diz: “vede, porém, que esta vossa liberdade não venha, de algum modo, a ser tropeço para os fracos.” Em I Coríntios 10:23 3 32, Paulo diz que “todas as coisas me são lícitas, mas nem todas me convém”. “não vos torneis causa de tropeço…para a igreja de Deus.
” E o que mais me impressiona é a declaração do capítulo 8:12 quando Paulo diz: “E deste modo (referindo-se ao pecado do escândalo), pecando contra os irmãos, golpeando-lhes a consciência fraca, é contra Cristo que pecais.” Se ao ir ao cinema, escandalizo a minha igreja ou o meu irmão, estou pecando contra Cristo, diz a Bíblia.
2.      Segunda Razão: Valores Morais e Religiosos
Os filmes ridicularizam os princípios de Deus, corrompe a fé e aos bons costumes.
Salmo 1:1, quando ele diz: “Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores”
3.      Terceira Razão: Influência do Ambiente
Embora o ambiente não seja pernicioso, exerce uma influencia muito forte sobre a mente de seus frequentadores. O tamanho da tela, o escuro e o som potencializa demais as mensagens ali apresentadas.
4.      Quarta Razão: Influencia pessoal
Além da influencia pessoal em minha vida, Paulo nos desafia a sermos imitadores dele, e ele de Cristo. Tenho a consciência que como um jovem cristão devo ser referencia de procedimento, e não creio que o cinema é uma forma saudável de guiar aos outros.
5.      Quinta Razão: A Igreja tem clara postura a respeito, e sou fiel aos princípios da minha fé
Talvez este assunto deva ser melhor dialogado, e seus valores posam ser melhor compreendidos, mas enquanto minha Igreja tem uma clara orientação a respeito, e colocou na ficha batismal, manual da igreja e orientações de procedimentos, eu obedeço à esta orientação. Por mais que este assunto possa ser discutido, não vale o risco de enfrentar e desobedecer uma clara orientação da Igreja.

Pastor Helton Bravo

6 comentários:

Fenix disse...

Gostaria de comentar a respeito.
Um dia ouvi de um pastor que ir ao cinema é critério de quem vai.
Que cada um deve saber o que vai assistir no cinema, e como isso talvez influencie.
Acredito que vemos no cinema o mesmo que vemos em casa, sim.
Se fosse pra falar da influencia do que assistimos, não deveriamos ter TV em casa, pois nao é nada saudável a nossa mente nem ensina nada conforme acreditamos.
Não vejo nada demais levar as cças pra assistir um desenho no cinema, nem mesmo eu ir com meu marido assistir um romance meloso.
Cada um sabe como está sua fé e que influencias vai receber.
Se deixa de ir ao cinema ver aquele filme de ação, mas loca o dvd pra ver em casa, dá no mesmo.
Se deixa de ir ao cinema assistir uma comedia porque acha que será influenciado malignamente, está na hora de rever conceitos, rever se a fé está mesmo firme, porque sofremos influencias malignas diariamente. Não deveriamos sair de casa, vamos nos isolar!
Sinceramente acho uma bobagem essa história de cinema. Acredito que não será por isso que pessoas não serão salvas.
Aliás, se fosse esse motivo, muita gente da IASD estaria perdido, pelo menos as muitas que encontro nas filas do cinema qdo vou. hahahaha
Gente, isso é questao de opinião.
Não li em nenhum livro da EGW ou nenhum lugar da Biblia que não deve-se frequentar CINEMAS e que Deus reprova o fato de assistirmos um filme numa tela grande com um som legal.
Quem tem uma sala de home então, ta lascado!

Fenix disse...

Esse preconceito com cinema surgiu qdo os filmes que eles exibiam eram para adultos, filmes eróticos, e isso sim não é material nem ambiente para quem se professa cristão.
Mas essa época já passou.
Vamos deixar de hipocrisia e aceitar a modernidade.
E aceitar tbm que as pessoas que pregam que nao devemos frequentar o cinema, jpa foram vistas por lá, ou mesmo seus filhos, curtindo um cineminha final de semana.
Sei que minha opinião será rechassada, mas devemos parar de ser hipócritas e dizer que concorda só pra dizer que faz as coias direito.
Ir ao cinema é o menor dos problemas entre os membros de uma IASD.
Deus abençoe e esteja com todos nós.

Valentin disse...

Muito alegro-me ao ler as opiniões diversas postadas neste blog. Penso que como Cristãos, devemos sempre ouvir a todos e não querer queimar na fogueira quem possui divergência de pensamento conosco. Vejo em muitas mídia onde o autor retira ou proíbe comentários.
O assunto Cinema é bastante polêmico, mas o interessante dessas discussões são argumentos como este, e permita-me usar uma citação de Fenix "deixa de ir ao cinema ver aquele filme de ação, mas loca o dvd pra ver em casa, dá no mesmo"
Este argumento é plenamente coeso. Mas quem está errado nestes casos? OS DOIS! Pra mim dá tudo no mesmo. Assim, tem uma frase que gosto de usar: "o meu falta de competência não justifica a sua", ou seja, já que você peca na sua casa, deixe-me pecar no cinema. Acho que não é por aí. O ideal é que não pequemos e evitemos situações "perto da árvore do fruto do conhecimento do bem e do mal". Contudo, não quero ser conclusivo, pelo contrário, quero relativizar ainda mais. E o álcool, será que cada um não seria sábio suficiente para saber consumir um pouquinho de vez em quando sem se tornar um dependente ou prejudicar seu corpo? E as vestimentas, será que cada um não conhece a linha que separa o bom gosto do escandaloso ou ridículo? Na música, será que cada um não sabe que não importa o instrumento e como ele é tocado, mas o coração de quem o faz? Nas palavras, uma piadinha, inocente, mesmo que muitas vezes o nome Jesus seja citado, não faz mal? Na lista, eu mesmo caio em muitos itens e em outros mais, porém, penso que um cristão deve ajudar o outro a seguir o exemplo de Cristo e não torná-lo mais semelhante ao mundo. Assim, fica só uma reflexão para mim e para cada leitor. E viva à pluralidade!

Valentin disse...

Acabei esquecendo de dar a minha opinião de forma mais clara sobre o tema. Bem, nunca fui cinéfilo, na verdade sou cinófilo. Assim, se perguntarem pra mim onde ficam os cinemas da cidade, terei dificuldade em responder. Contudo, sei indicar e comentar sobre os parques da cidade. No meu caso, e repito, no eu caso tenho mais proveito gastando meu tempo nestes lugares, respirando um ar puro, caminhando com amigos ou mesmo sozinho, refletindo em minha miserável existência. Mas gostos são gostos. E cada um tem os seus. O que questiono é se os meus estão se aproximando dos de Cristo. Acho que se cada um fizer esta pergunta franca pra si mesmo, COM CERTEZA, o Espírito Santo guiará na resposta. Eu mesmo sei que os meus gostos estão ainda longe, mas quero continuar seguindo em frente e tentar não regredir.
Sugiro que assistam este vídeo a partir do minuto 10. http://novotempo.com/perfilmusical/2011/12/22/daniel-ludtke/

Anônimo disse...

Há um vídeo no youtube: O cristão pode ir ao cinema? ( Na mira da verdade ) onde o pastor L. Quadros desmente essas razões como tela grande causa maior influência e no cinema não pode pular cenas impróprias(que sempre achei que eram argumentos falhos realmente). A Única razão de não ir ao cinema seria nao ferir a consciência do irmão que viveu na época que o cinema era impróprio. Ou seja, não tem motivo nenhum além desse para não ir ao cinema(claro, desde que o filme seja adequado), então se tiver certeza de não haver algum velho da igreja olhando poderia ir. E em breve, todos os que viveram na época negra do cinema já estarão mortos, então nao poderia ferir a consciência de mais ninguém.

Unknown disse...

Quem quiser se aprofundar no tema, procure estudar um pouco de psicologia. No site da igreja tem uma entrevista de um ex-advogado de uma rede de cinema, veja o que ele tem a dizer sobre o cinema. Você vai se surpreender como a mente humana pode ser influenciada mesmo sem perceber. Só uma dica. Se Jesus vivesse hoje, ele iria ao cinema?